Acordo Sujeito-Verbo: Principais Regras e Exceções

A concordância entre o sujeito e o verbo é uma das áreas mais fundamentais e, ao mesmo tempo, desafiadoras da gramática em qualquer idioma. Em português, essa regra gramatical determina que o verbo deve concordar em número e pessoa com o sujeito da oração. Isso significa que se o sujeito estiver no singular, o verbo também deve estar no singular, e se o sujeito estiver no plural, o verbo deve estar no plural. No entanto, como em qualquer língua, há exceções e nuances que podem complicar a aplicação dessa regra.

Regras Básicas de Concordância Sujeito-Verbo

Sujeitos Simples

Quando o sujeito é simples, ou seja, composto por um único núcleo, a concordância é direta:

Exemplos:
– O aluno estuda para a prova.
– Os alunos estudam para a prova.

Perceba que no primeiro exemplo, o sujeito “o aluno” está no singular, e o verbo “estuda” também está no singular. No segundo exemplo, o sujeito “os alunos” está no plural, e o verbo “estudam” também está no plural.

Sujeitos Compostos

Quando o sujeito é composto, ou seja, possui mais de um núcleo, as regras de concordância podem variar dependendo da posição e da pessoa dos núcleos.

Quando os núcleos estão no singular e são de terceira pessoa:
– O pai e a mãe trabalham todos os dias.
– A professora e o aluno discutiram sobre a prova.

Quando os núcleos estão no singular e incluem a primeira pessoa (eu/nós):
– Eu e meu amigo gostamos de cinema.
– Nós e nossos colegas participamos do evento.

Quando os núcleos estão no singular e incluem a segunda pessoa (tu/vós):
– Tu e ele estudais muito.
– Vós e eles trabalhais juntos.

Concordância com Coletivos

Os substantivos coletivos, como “multidão”, “bando”, “grupo”, entre outros, podem causar dúvidas. Na maioria dos casos, o verbo deve concordar com o coletivo no singular.

Exemplos:
– O grupo decidiu a data do encontro.
– A multidão se dispersou rapidamente.

No entanto, se o substantivo coletivo vier acompanhado de um termo que indique pluralidade, o verbo pode concordar no plural.

Exemplo:
– Um grupo de estudantes participaram da reunião.

Concordância com Sujeito Oracional

Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica no singular.

Exemplo:
– É necessário que todos compareçam.
– Importa que ele esteja presente.

Concordância com Sujeito Indeterminado

Em português, o sujeito indeterminado pode ser expresso de duas maneiras principais: usando o verbo na terceira pessoa do singular ou utilizando a partícula “se” com o verbo na terceira pessoa do singular ou plural.

Exemplos:
– Dizem que ele é um bom profissional.
– Vive-se bem naquela cidade.

Exceções e Casos Específicos

Concordância com Expressões Partitivas

Quando o sujeito é uma expressão partitiva, como “a maioria de”, “a maior parte de”, “metade de”, entre outras, o verbo pode concordar tanto com o núcleo da expressão quanto com o substantivo que a acompanha.

Exemplos:
– A maioria dos alunos concorda/concordam com a decisão.
– Metade dos participantes chegou/chegaram atrasado(s).

Concordância com Nomes Próprios no Plural

Quando o sujeito é um nome próprio no plural que designa uma obra, instituição, ou localidade, o verbo fica no singular.

Exemplos:
– Os Lusíadas é uma obra clássica.
– Os Estados Unidos é um país influente.

Concordância com Pronome “Quem”

Quando o sujeito é o pronome “quem”, o verbo pode ficar na terceira pessoa do singular ou concordar com o antecedente.

Exemplos:
– Fui eu quem fez a tarefa.
– Fomos nós quem fizemos a tarefa.

Concordância com Numerais

Quando o sujeito é um numeral, a concordância do verbo pode variar.

Exemplos:
– Um milhão de pessoas assistiu ao evento.
– Dois terços da população aprovaram a medida.

Concordância com Sujeito Pós-Verbal

Em algumas orações, o sujeito pode vir depois do verbo, especialmente em construções poéticas ou literárias. Nesses casos, a concordância deve ser mantida.

Exemplos:
– Chegaram os convidados.
– Crescem as árvores no jardim.

Casos Peculiares e Dúvidas Frequentes

Concordância com Sujeitos Intercalados

Quando o sujeito é intercalado por termos explicativos ou orações subordinadas, o verbo deve concordar com o núcleo do sujeito principal.

Exemplos:
– O professor, assim como os alunos, estava confuso.
– A diretora, que é muito exigente, aprovou o projeto.

Concordância com Expressões Numéricas

Para expressões numéricas que indicam percentagens, frações ou medidas, a concordância pode ser com o número ou com o substantivo a que ele se refere.

Exemplos:
– Dez por cento da turma passou no exame.
– Dez por cento dos alunos passaram no exame.

Concordância com Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento (vossa excelência, vossa senhoria, etc.) exigem que o verbo fique na terceira pessoa do singular.

Exemplos:
– Vossa Excelência está convidado para a cerimônia.
– Vossa Senhoria autorizou a liberação do documento.

Concordância com Sujeitos Ligados por Conjunções

Quando os sujeitos são ligados por conjunções como “ou” e “nem”, a concordância pode variar.

Exemplos:
– Pedro ou Paulo comparecerá à reunião. (um ou outro)
– Nem Pedro nem Paulo comparecerão à reunião. (nenhum dos dois)

Dicas para Evitar Erros Comuns

Identifique o Núcleo do Sujeito

Para fazer a concordância correta, é essencial identificar o núcleo do sujeito. Muitas vezes, a presença de termos acessórios ou explicativos pode confundir, mas lembre-se de que o verbo deve concordar com o núcleo principal.

Preste Atenção às Exceções

As exceções são comuns em qualquer regra gramatical. Revisar e praticar os casos excepcionais pode ajudar a internalizar essas nuances e evitar erros frequentes.

Pratique com Exercícios

A prática é essencial para o domínio de qualquer aspecto gramatical. Utilize exercícios de concordância sujeito-verbo para reforçar o aprendizado e identificar áreas que ainda precisam de atenção.

Leia e Escreva Regularmente

A leitura e a escrita são ferramentas poderosas para aprimorar o entendimento gramatical. Ao ler, preste atenção à concordância utilizada pelos autores. Ao escrever, revise seus textos para garantir que a concordância esteja correta.

Conclusão

A concordância sujeito-verbo é um pilar fundamental da gramática portuguesa. Embora as regras básicas sejam relativamente simples, as exceções e nuances podem tornar essa área desafiadora. Com estudo, prática e atenção aos detalhes, é possível dominar a concordância e garantir que suas frases estejam sempre gramaticalmente corretas. Lembre-se de que a prática constante e o hábito da leitura são seus melhores aliados no caminho para a proficiência gramatical. Boa sorte nos seus estudos!